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Marvão, não obstante trata-se de uma zona muito humanizada e ruralizada, contém ainda um assinalável conjunto de habitats naturais com as espécies que lhe são próprias, as quais rareiam ou já não existem em zonas mais aplanadas e sujeitas a maior pressão humana. Assim, ainda é possível encontrar todas as comunidades das sucessões naturais do Carvalho negral e do Sobreiro que se distribuem, respectiva e preferencialmente, pelas encostas norte e sul, devido à diferenciação das condições ecológicas referidas.
Nalgumas situações, a integração no conjunto de espaços cultivados e a sua alternância com espaços naturais (bosquetes, matos arborescentes, etc) é esteticamente tão harmoniosa e complementar, que contribui para o enriquecimento e valorização das paisagens. Estes aspectos são mais notórios na encosta norte, que é mais suave, e também próximo da base da encosta sul.
Por outro lado, com particular incidência na vertente sul, da dureza das escarpas quartzíticas abruptas revestidas de líquenes, surge nas fendas e gretas curiosa vegetação rupícola, que quase se perde nas proximidades de luxuriantes giestais instalados sobre substratos mais profundos. Contrastando com estas manchas amarelas e brancas, revestindo zonas mais pobres (degradadas) surge a paleta rosa-lilaz dos urzais ricos em espécies de carácter setentrional.
Na base da encosta corre o Rio Sever. Nas suas duas margens, há trechos bem conservados onde os Amieiros escondem do visitante o denso e verde sub-bosque de fetos que se espelha nas límpidas e deslizantes águas do rio.