A vida como a conhecíamos modificou-se radicalmente. A emergência da pandemia e do confinamento atingiu Marvão, como atingiu Portugal inteiro, e muitos dos nossos planos, a nível pessoal e familiar, foram interrompidos ou adiados.

Nesta hora incerta, sentimos, na nossa comunidade, a mesma necessidade de reagir que sentem todos os portugueses. Porque estamos todos, cada um no seu posto e à sua medida, a ser postos à prova.

 O tempo decorrido até agora foi um tempo de decisões e aprendizagem aceleradas. Um tempo de nós, no Município de Marvão, apoiarmos, e apoiarmos já, sem demoras nem burocracias, quem precisa. As famílias, as empresas, os mais necessitados de apoio social, a comunidade em geral através de apoio médico específico para a COVID-19, bem como apoio psicológico.

Para todos eles criámos, imediatamente, medidas que permitam à nossa comunidade respirar um pouco melhor. Recuperar o fôlego que continua a ser indispensável para vencermos este desafio imenso do presente e construirmos juntos o nosso futuro. Todos contaram, todos contam e todos continuarão a contar connosco, neste momento da maior gravidade social e económica.

Disse o Papa Francisco há uns dias, em Roma, que esta crise “fez-nos entender que estamos todos no mesmo barco” e por isso “somos chamados a remar juntos”. Remar juntos é também, na nossa comunidade, cada um de nós pensar em todos. Pensar na segurança de todos. Na sua, na da sua família, na dos mais idosos e vulneráveis, na de toda a comunidade.

Pensar em proteger a vida de todos e cada um significa, neste momento, ficar em casa, como nos dizem as autoridades. Significa não circular nas ruas, nas estradas, no exterior, a não ser que tenhamos funções na linha da frente desta batalha, ou necessidades absolutamente urgentes.

Nesta pandemia, é nosso dever cívico permanecer em casa. A nossa casa, agora mais do que nunca, é o nosso castelo. Um castelo que pode salvar a nossa vida e as vidas de outros. E da importância dos castelos sabemos nós bem em Marvão.

Acreditamos, e nesta época da Páscoa reforçamos esta convicção e esta fé, que a vida não pára – recomeça e encontra o seu caminho. Esse caminho que, com o trabalho e a solidariedade de todos nós, vamos percorrer juntos, com os olhos postos também num horizonte em que vencemos o vírus.

Todos continuam presentes no meu – no nosso – pensamento, assim como a família de cada um.

 Despeço-me com um abraço de confiança e amizade.

 Um abraço hoje ainda virtual, mas, em breve, no pós-pandemia, bem real.

Votos de uma Páscoa Feliz para todos(as) os(as) marvanenses e para todos(as) os(as) amigos(as) de Marvão.

Luís Vitorino