Projeto-piloto para o Parque Natural da Serra de São Mamede
Updated on 17/04/2018Updated on 17/04/2018
Os Municípios do Parque Natural da Serra de São Mamede (PNSSM) reuniram, em Lisboa, com a Secretária de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Célia Ramos, para lhe apresentar um “projeto-piloto de prevenção de incêndios, valorização e recuperação de habitats e espaços florestais no PNSSM”.
Na reunião, realizada em Lisboa, estiveram presentes, os (as) presidentes dos Municípios de Marvão (Luís Vitorino), Castelo de Vide (António Pita), Portalegre (Adelaide Teixeira) e Arronches (Fermelinda Carvalho), o presidente do ICNF, Rogério Rodrigues e João Filipe Bugalho, um dos principais mentores deste projeto pioneiro.
Objetivos deste projeto:
– Reduzir os riscos de incêndios florestais;
– Promover o ordenamento florestal;
– Promover a prevenção estrutural em espaços florestais e habitats: carvalhal, azinhal, sobreiral e matagais;
– Utilizar, segundo conceitos ecológicos adequados e baseados no conhecimento, o fogo controlado como ferramenta para reduzir os combustíveis e aumentar a biodiversidade, tendo como base os planos de fogo controlado aprovados;
– Estimular as sementeiras e plantações de espécies florestais adequadas para o fomento da biodiversidade e conservação de habitats naturais;
– Melhorar a formação dos operacionais de prevenção e combate, bem como dos quadros e estruturas que os enquadram e dirigem;
– Criar pelo menos uma equipa do Corpo Nacional de Agentes Florestais com equipamento adequado para intervencionar no PNSSM, PFSSM e outras áreas sobre administração do ICNF.
– Informar as populações, quer os proprietários agrícolas, florestais e pastoris, quer os restantes habitantes da região, quer os forasteiros visitantes, sobre as ações que se desenvolvam e os objetivos que se pretendem alcançar;
– Implementar ações pedagógicas orientados para as escolas, sensibilizando os professores e as crianças para a prevenção dos incêndios e ensinando-as a avaliar quer o risco, quer as relações dos diversos cobertos vegetais com o seu uso e as comunidades animais que possam suportar;
– Ensinar medidas de autoproteção e defesa contra incêndios com base no programa “aldeias seguras”;
– Desenvolver e garantir a melhor cooperação transfronteiriça, articulando com as correspondentes entidades espanholas, as ações no terreno.
Ações a desenvolver no terreno:
– Realização de intervenções ao nível de manchas florestais e em locais estratégicos, de perigosidade muito elevada e elevada, para gestão da carga de combustível, manualmente ou com maquinaria, e para fomento de espécies autóctones, no intuito de aumentar a resiliência da paisagem à progressão de incêndios;
– Salvaguardada de áreas com vegetação de elevado valor para a conservação da natureza;
– Identificação dos proprietários, particularmente dos correspondentes às áreas identificadas como de maior risco, para estabelecimento de ações de gestão de combustíveis;
– Construção e beneficiação da rede de aceiros, caminhos, pontos de água, de acordo com os PMDFCI;
– Rede viária e faixas de gestão de combustíveis – manutenção numa extensão que se calcula de 100km e de construção de 200ha de faixas de gestão de combustível;
– Realização das orientações de gestão dos habitats, sobretudo nas áreas mais críticas, em 850ha: carvalhal, sobreiral/azinhal, castinçal, galerias ripícolas e matagal;
– Recuperação de espaços florestais (operações de silvicultura preventiva) – Os locais a privilegiar coincidem com os níveis mais elevados das cartas de perigosidade (muito elevado e elevado) e abrangem uma área total de cerca 550ha;
– Estas áreas, numa perspetiva de conservação, constituem uma oportunidade para salvaguardar e conduzir a regeneração natural de espécies autóctones de forma a constituírem, no futuro, espaços relevantes para a conservação da natureza.